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OBRA ESCOLHIDA PELO MEU GRUPO |
Os Penetráveis incorporam a idéia de objetos que Hélio denominou de projetos, inicialmente realizadas em forma de maquete e, posteriormente, em manifestações ambientais (FAVARETTO, 2000). Nessa série, Hélio lida com a criação de espaços labirínticos, que são desdobramentos da concepção dos Núcleos. Nela, essas estruturas labirínticas, quase arquitetônicas, deixam de ser compostas somente pela fusão de planos de madeira pintados a óleo; assumindo, em sua constituição física, uma diversidade de materiais. As obras constituintes dessa série são designadas pela sigla PN (relativa à palavra penetrável) seguida de uma numeração seqüencial relativa à ordem de criação de cada uma delas. O texto a seguir, traduz a essência do projeto de Penetrável Magic Square nº 5, De Luxe, de 1977:
“… Parece colorida surgindo na floresta, brotando da própria terra […] fusão
e transmutação dos laranjas, magentas, amarelos, brancos e azuis. Luzes e
sombras também são cortadas por folhagens verdes. A arte de Hélio brota
encoberta pela mata da tijuca […] mergulho da “cor-luz” e natureza
constituem um convite ao ambiental […] Este trabalho é o ápice da cor que
reinventa do espaço. […] O Magic Square nº 5, De Luxe é a realização […]
de uma nova realidade plástica […] em que arquitetura, escultura e pintura
estariam fundidas e não integradas. […] é a culminância de um processo do
início do século XX, de desmonte do quadro para conservar a pintura. Só
que a pintura teve que abandonar o plano da tela e buscar no espaço físico
do mundo (fundindo-se como arquitetura) aquilo que a representação
perseguia como imagem (DOCTORS, 2000)."
Trata-se de uma obra composta por nove paredes de tamanhos iguais, cuja medida é de 4,5x 4,5mx 0,5m, implantadas em um terreno plano e dispostas aleatoriamente sobre uma superfície coberta por pedras. Cada uma destas paredes receberia um revestimento com pintura nas seguintes cores: azul, laranja, magenta, amarelo e branco, havendo repetição da cor em algumas delas. Sobre a parede azul e sobre uma das paredes brancas, estaria apoiada uma estrutura acrílica quadrada de coloração azul, seguindo as mesmas medidas das demais paredes que compõem a obra. A área total ocupada pela instalação é de 15 metros quadrados.
Projeto Magic Square segundo Hélio Oiticica: materiais e técnicas construtivas
Além de deixar vários estudos sobre a obra e ter produzido uma maquete com cores e disposição de paredes, Oiticica produziu registros escritos sobre a mesma. Nesses registros há especificações gerais a respeito do projeto que serão descritas mais adiante.
Inicialmente, é de grande relevância relatar que tal obra foi projetada para ser
instalada ao ar livre. Para a composição estrutural dela, o artista definiu uma medida padrão de 4,5m x 4,5x 0,5m, igual para as nove paredes - incluindo a estrutura acrílica - que compõem a instalação. Estas, segundo Hélio, deveriam ser construídas em alvenaria, serem quadradas e estarem fixas verticalmente em perfeito prumo. Com relação à disposição das paredes que formam a obra, aparentemente, ocorre de forma aleatória não havendo uma medida fixa para distância entre uma parede e outra.
No que diz respeito às camadas de tinta recomendadas por Hélio para serem
utilizadas na montagem dessa obra, o artista determinou algumas marcas e
especificações genéricas de cores. Para algumas destas, há certas medidas para cada mistura. A maioria das cores indicadas pelo artista é da marca “Liquitex Acrylic” (utilizada por ele na confecção da maquete), atualmente indisponível no mercado. Além disso, determinou quantidade de camadas, seqüencia e direções de aplicação com o pincel para cada cor e mesmo para o verniz. Ainda, segundo Hélio, a primeira demão de tinta nas paredes de cor branca, deveria ser constituída de pigmento (branco de titânio) e cola, à maneira de uma base de preparação. Ademais das recomendações anteriores, Oiticica esboçou uma estrutura, com as mesmas dimensões das demais paredes, composta por chapas de acrílico de coloração azul com 5mm de espessura, que ficaria apoiada sobre duas paredes. Além deste elemento, ele determinou que uma das paredes, a qual apresenta uma forma vazada, deveria ser revestida por uma tela metálica. O chão, por sua vez, seria recoberto por pedras, e o terreno em volta da obra revestido por grama.
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Maquete Invenção da Cor for Magic Square nº05, Rio de Janeiro 1978 |
É uma obra nos passa muitas sensações, ao avistá-la no meio da natureza, as cores dela enchem os olhos nos convidando a aproximar e a apreciá-la mais. O intuito da obra é produzir sensações nas pessoas que preciam; a grandiozidade da obra e suas cores vibrantes, misturada com um labirinto, permite que cresça uma sensação de confusão. Seus vazados vão enquadrando a natureza como em um retrato, sendo que nenhuma é igual a outra; as pedras no chão ao caminhas permite que ative a audição e o tato, a cada passo você sente uma pedra e faz um barulho, nos aproximando da natureza.
As texturas com que são revestidos os muros faz com que fiquemos atentos com ao brilho, as pinceladas e a sua conservação. Com certeza é uma obra que mexe com todos os institos daqueles que a preciam, sendo o oposto da primeira impressão que tive.
Croqui, feito em 22/09/2011 |
Croqui da sensação de confusão, feito em 22/09/2011 |
Favor corrigir os créditos do texto pois a autoria não é da Anpap. Ele apenas foi publicado nos anais do evento. Leia o nome dos autores no início do artigo publicado.
ResponderExcluirAutores de texto: Conceição linda de França, Kleumanery de Melo Barboza, Amanda Cristina Alves Cordeiro e Luiz Antonio Cruz Souza
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