O distrito de Vitoriano Veloso (Bichinho) pertence a cidade de Prados desde 1938, e é conhecido também pelo sugestivo nome de “Bichinho”, um povoado que se formou com a descoberta de ricas lavras de ouro nos princípios do século XVIII. O nome atual é uma homenagem ao inconfidente Vitoriano Gonçalves Veloso, negro, escravo alforriado e alfaiate que nasceu e viveu na região. Ele era vizinho e compadre de D. Hipólita, a única mulher a participar ativamente no movimento revolucionário (Inconfidência). A Igreja de Nossa Senhora da Penha (foto acima) revela as origens setecentistas do distrito. Sua construção foi iniciada por volta de 1732, sendo concluída somente em 1771. As torres foram acrescentadas no início do século XX. Sua fachada simples não evidencia a riqueza de seu interior, dominado por belíssimas pinturas em estilo rococó. A ornamentação pictórica é atribuída a Manoel Victor de Jesus, que soube valorizar, sobretudo, os forros e púlpitos da igreja. Hoje, o povoado é uma seqüência de casas antigas que servem tanto como residências quanto como oficinas, ateliês, lojas de artesanatos. Sem falar na produção artesanal de doces, tradição que é passada de geração em geração (foto a cima) Bichinho se orgulha de ser uma das grandes concentrações de artesãos do Circuito Trilha dos Inconfidentes. A criatividade e simplicidade desses artesãos chamam a atenção dos visitantes. As peças e pinturas nascem do aproveitamento de material de demolição, madeira, ferro, lata, plásticos e tecidos de algodão. A qualidade das peças é que garantem as exportações para vários estados do país e até para o exterior. Móveis, telas, bordados, fuxicos, crochês, tapetes, esculturas e adornos em geral estão por toda a parte. O histórico povoado fica a 7km de Tiradentes, com acesso pela estrada de terra que liga esta cidade a Prados (12km) e que proporciona um visual encantador da Serra de São José.
foto e texto: bichinho.net
A proposta de irmos para Bichinho para iniciarmos a nossa percepção da arquitetura foi uma ótima ideia. A princípio não sabíamos o que nos esperava e o que teríamos que fazer; a viagem que a turma fez com os professores de Introdução ao Projeto possibilitou uma outra visão de mundo, que poucos tem.
Chegar em um vilarejo, que não pega celular, que mal passa ônibus nas ruas sem ser a principal, tirar seus habitantes de uma rotina e que parou no tempo, é uma experiencia que só quem vai a Bichinho sabe. Lá você desconecta do restante do mundo e passa ter outras experiencias... as horas não passavam, a rotina de trabalhos e de reuniões fizeram que todos nós sentíssemos o local em todos os aspectos.Apreciar uma arquitetura parada no tempo exige olhos bem atentos, mais que isso, exige que nosso corpo sinta o espaço. E esse foi o enfoque dessa primeira viagem: PERCEPÇÃO DO ESPAÇO COM O CORPO.
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Viver uma rotina diferente, ter contato com um povoado com costumes bem diferente dos nossos, fazer trabalhos que até então não imaginávamos fazer, começar a ver arquitetura com outros olhos e conhecer ainda mais seus colegar de sala, proporcionou uma viagem rica de lembranças boas.
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